Como escrever um texto que NINGUÉM vai conseguir ler (5 Dicas Infalíveis!)
Siga essas 5 dicas e é praticamente GARANTIDO que nenhum leitor vai conseguir chegar ao fim dos seus textos:
- Abuse de linguagem rebuscada. Ele vai se sentir confuso e burro.
- Fale muito de si próprio e da sua empresa. Deixe claro quem é o fodão.
- Escreva parágrafos enoooormes. O leitor vai cair fora só de olhar.
- Seja chato. Exagere nos detalhes inúteis. Quanto mais entediante, melhor.
- Nunca conte histórias. O leitor poderia gostar. Não corra esse risco.
Vamos escrever o texto acima usando as 5 dicas, para ver se você aprendeu direitinho?
Para que um indivíduo não seja capaz de realizar a compreensão literária de um texto da autoria de vossa senhoria, resultando numa taxa de insucesso de aproximadamente 100% (cem por cento) o que significaria, numa explicação adequadamente elaborada segundo as regras herméticas desde a trituração, a fixação, a destilação e coagulação trago aqui uma relação de 5 itens de uso mandatório: i) A linguagem formal deve ser utilizada por completo seguindo as regras gramaticais da língua português no seu mais alto rigor com a finalidade de permitir ao leitor sentir-se com um coeficiente de inteligencia inferior, o que porventura pode assemelhar-se a um evidente sinal de deficiência mental severa. ii) O tamanho dos parágrafos deve ser obrigatoriamente de elevado comprimento, para que a taxa marginal de abandono dividido pela soma do quadrado dos catetos das obscuras hipotenusas ocasione uma fuga prematura e a valorosa leitura seja tempestivamente interrompida tão logo haja contato ocular. iii) É importante salientar que toda a experiencia, títulos e certificações obtidas pelo autor devem ser evidenciados com o objetivo de fazer o leitor reconhecer toda sapiência literária comparável aos mais ilustres e imortais mestres da academia brasileira de letras, e que supera em elevados graus a limitação cognitiva do leitor que deve se resignar ao receber generosamente uma fagulha de conhecimento e se comportar como e um reles mortal. x) esse item não existe no texto original, mas eu não poderia deixar de fazer aqui uma referencia ao nosso finado mestre da literatura portuguesa, o escritor José Saramago, que mesmo escrevendo parágrafos intermináveis de às vezes 10 páginas ou mais, escrever livros de personagens que não tem nome, abusar da descrição detalhada, apelar para um realismo absurdo e fantástico, ainda assim conseguiu nos premiar com obras incríveis como Ensaio Sobre a Cegueira, As Intermitências da Morte e O Evangelho Segundo Jesus Cristo. Fazer tanto sucesso escrevendo daquele jeito estranho e diferente de tudo, é coisa de um verdadeiro gênio. iv) Ao redigir essa missiva num arroubo de dissonância eletromagnética amplificada pelas leis da física quântica aplicada à fusão nuclear intrínseca ao mecanismo duradouro e permissivo de persuasão reversa, o autor deve fazer-se exagerar em explicitar e descrever os mínimos detalhes irrelevantes, desnecessários e altamente complexos com o objetivo de aumentar o grau de entediamento e desordem mental do leitor; v) O autor deve proibir-se terminantemente de introduzir histórias de qualquer natureza em seus textos, sob a arriscada possibilidade de aguçar no leitor um sutil efeito de satisfação ou interesse levemente superior. Tal exposição a este perigo é vetada terminantemente.
Se você não conseguiu ler nem entender nada do que foi dito acima, PARABÉNS!
Você está pronto para (des)encantar seus leitores escrevendo textos tão ruins quanto este.
Sucesso!
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